quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O balde de água fria

Olhando friamente para as estatísticas dos tratamentos de fertilidade, ficam desfeitas as dúvidas de que as hipóteses de insucesso são superiores às outras, às mais desejadas, as de sucesso.
Nas tentativas naturais de concepção também é assim, sei-o bem, mas os métodos são bem mais agradáveis e, convenhamos, graciosos.
Tudo isto porquê? Porque, ao contrário do que imaginava, a porcaria do tratamento foi uma vez mais em vão. Mais um negativo(1,5). Assim, para início de conversa, como eu o senti. Rude, duro, doloroso. Continua a ser.
Nos segundos que se seguiram à má notícia passou-me tudo pela cabeça, em flashes: O regresso das férias, o recomeço receoso do tratamento, a compra dos medicamentos, as injecções auto-ministradas, as pisaduras na barriga, os mil e um comprimidos, as ecografias, o tamanho do endométrio, os ovários em descanso, o medo de não conseguir conciliar férias com o dia da transferência, a queda, a rotura de ligamentos, o descanso, a transferência, o descanso, as mil e uma pastilhas, as injecções, a certeza do sucesso. Até hoje, às 14h58. Duas singelas palavras - "Más notícias"- bastaram-me para me deixar embrenhar num choro desajeitado. Lágrimas que voltam de vez em quando, sem que lhes peça e sem que as consiga parar.
Amanhã será um novo dia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

É amanhã, é amanhã, é amanhã, é amanhã, é amanhã, é amanhã, é amanhã!

Os minutos de hoje pareceram horas, mas, finalmente, o dia terminou e já só falta a noite de sono para fazer o ansiado exame. Imagino que o pior vai mesmo ver o sono chegar. Seja como for, passando pelas brasas ou por uma noite em branco, daqui a pouquinho ficamos a saber se já não somos só dois.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Chegados ao dia 13

As leves dores que tinha até anteontem dissiparam-se, mas continuo sem marcas dos dias difíceis, por isso, mantenho a certeza de que foi desta.
No entanto, escusado será dizer que estou a contar os segundos para o telefonema que vou receber na tarde de quinta-feira.
Obrigada pelos vossos comentários e por estarem a torcer por nós! Não parem, por favor.

domingo, 18 de outubro de 2009

5,4,3,2,1

Já só faltam 5 dias para o beta, já passaram 11 dias desde a transferência e continuamos a grande nível, sem "sinais exteriores de pobreza", como por aqui lhes chamamos, ou seja, nada de grandes dores, nem sangramentos.
Tudo em ordem, como se pretende.
O pior é mesmo o sono que não chega à noite e que é substituído por uma tremenda ansiedade que me rouba as horas de descanso. Os olhos fecham-se noite dentro, quase de manhã, depois de um reboliço de emoções e de pensamentos. Se por um lado não posso ter mais a certeza de que é desta, por outro, por ter essa certeza, tremo como varas verdes só de equacionar a ténue possibilidade de vir aí uma desilusão.
Sinto que desta vez, ao contrário, das outras, fiz as coisas de forma acertada e com grande sentido de responsabilidade. Sinto que desta vez quis, mais do que tudo, que o tratamento resultasse, enquanto nas outras duas limitava-me a pensar que se não fosse à primeira, seria à segunda ou à terceira...
Esta é a tal da terceira tentativa e eu, como grande devota da sabedoria popular, espero que à terceira seja, efectivamente, de vez.
5, 4, 3, 2, 1.

P.S. E não podia deixar de dar as boas-vindas à Rubia e esperar que perca mais vezes o "recato"! ;)
Beijinhos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Faz hoje uma semana

A transferência dos meus ovinhos já foi há uma semana e falta outra e mais um dia para conhecer o veredicto.
Os dias passam devagar, mas têm sido felizes.

P.S. Bem-vinda, Sweet!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Venham mais dias como este!


Por causa do pé magoado, vou continuar em repouso até ao dia 28. Eu e o meu ovinho agradecemos.
Por isso, venha de lá mais descanso, televisão e muita pieguice bem alimentada pelo meu rapaz. (Adoro-te, meu amor)
À festa juntou-se apenas uma dor de burro do lado direito e aquelas moléstias nos rins e o peso nas pernas que costumam prenunciar o período.
A minha amiga Susana diz que também sentiu o mesmo durante a gravidez e eu, como estou tão feliz e confiante, também tenho a certeza que sim.
Mas, apesar do optimismo, não descarto (livre de mim!!!) as vossas preces.

domingo, 11 de outubro de 2009

Abstencionista, conscientemente

Havia muitos degraus para subir e um longo corredor para percorrer até alcançar a mesa de voto. Isto, além de ter de fazer a caminhada com recurso a canadianas. Assim sendo, e porque desta não vacilo um segundo, fiquei no recato do lar a acompanhar as imagens dos votantes e outras que tais.
Mesmo assim, a apenas dois minutos das sondagens à boca das urnas, estou expectante. É como nas semanas em que não jogo no Euromilhões: Vejo sempre os números que saíram para constatar se coincidiram ou não com a minha chave!

Continuando com as alegorias prefiro acreditar que já tenho o prémio do Euromilhões na barriga e, por isso, sigo de vento em popa com o descanso, as gelatinas e as bebidas energéticas que, pelos vistos, ajudam à nidação.
O que também ajuda é o pensamento positivo. Conto com o vosso. Ó pra mim a fazer campanha!

Beijinhos.

sábado, 10 de outubro de 2009

Red Alert


Cheguei hoje ao último episódio da quarta série das «Donas de Casa Desesperadas». Acabou-se-me o "material". AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH. E agora? Agora sim, também eu sou uma dona de casa desesperada!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

sábado, 3 de outubro de 2009

Não fui eu, foi Ele!

Se há vantagem a extrair-se desta rotura (sim, com «o», como nas lesões dos jogadores da bola) de ligamentos é o tempo que tenho para mim, para dormir, para cozinhar, para comer um iogurte na varanda, para ver cinco episódios seguidos das «Donas de Casa Desesperadas» e, sobretudo, para pensar. E foi num desses momentos reflexivos, no escuro da sala provocado pelos estores fechados, que me deu para imaginar se não terá sido Deus, seja ele quem for, e não aquele degrau malvado, o responsável por isto que tenho no tornozelo. Gosto de pensar n'Ele, seja Ele quem for, como um indivíduo bem humorado e não castigador como muitos o pintam. Não. O meu Deus é sarcástico, mas bom. Para mim tem sido. E eis mais uma prova. Terá pensado:
- Ai não páras? Não abrandas o ritmo nem para receber uma criança que tanto desejas? Não? Hmmmm. Isso é o que vamos ver.
Seu dito, seu feito: Uma rasteira no pé da menina, sob a forma de um degrau matreiro, e tungas, rotura de ligamentos. Com «o», como nas lesões dos jogadores da bola.
Estarás satisfeito, senhor meu Deus, sejas tu quem fores (sim que eu trato-o por tu. Já são muitos anos)! Imagino que esta minha paragem forçada tenha a tua mãozinha - a tão propalada "mão de Deus" - a mesma mão que deve agora estar a enterrar-se num enorme balde de pipocas enquanto assiste a este espectáculo patético que sou eu a andar de forma desmazelada de canadianas. Bah. Digam lá que Ele, seja Ele quem for, não é um tipo com piada.
Se assim for, graças ao rapaz lá de cima, vou pela primeira vez estar parada A SÉRIO logo depois de colocar os meus bolinhos no forno. Depois é só esperar pelo TTTRRRRIIIIIIMMMMM.