Conscientemente, por não estar ainda preparada para nova batalha, faltámos à consulta de terça-feira. A consulta que ia servir para avançarmos com o novo tratamento, com as datas das injecções, das pastilhas e da transferência.
Pela primeira vez, preferi ficar de braços cruzados temporariamente. Preferi assim porque para já sinto que me apetece viver a vida que tenho, que temos, e depois - quando tiver o meu exército de coragem reunido - regressamos ao centro.
Em quase quatro anos de casamento, três têm sido vividos assim, em busca do nosso bebé.
Três. Por isso, está na hora de parar para respirar, para vir à tona e ganhar fôlego para novo mergulho em apneia.
Em quase quatro anos de casamento, três têm sido movidos por um objectivo comum que não conseguimos ainda alcançar.
Três.Três como os que gostaria que fôssemos.
Primeiro foram as tentativas tradicionais e as derrotas vaticinadas em cada mês que passava, depois foram os exames, as sentenças do nosso problema e os tratamentos. Foram três tratamentos.
Três. Duas ICSI e uma TEC, todos este ano.
É demasiada areia para as nossas camionetas moral e financeira.
Assim sendo, conscientemente decidimos parar para contar até
três. Três!