quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Encomenda Entregue

Porque a encomenda já encontrou os destinatários, este blog com relatos de infertilidade vai parar por aqui. Pára num final feliz e cheio de esperança para que aqueles que passem por esta mesma saga possam ter mais um motivo para acreditar e também para aqueles que não viveram este drama possam perceber como são abençoados.
Quanto a nós, os três, estaremos noutra casa virtual que, para já, vai manter as portas abertas a todos os que vierem por bem.
Enquanto isso, acreditem, há sempre uma lança em África.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A lança em África

Encontramo-la. Finalmente.
Digo-o assim, a seco, porque estava ansiosa para vir aqui anunciá-lo.
Estou de bebé.
Tal como a Drikas, foi preciso cair para parar e relaxar e, tal como a Raio de Sol, foi preciso desistir do sonho para que fosse ele a vir ao meu encontro.
Depois do tratamento de Setembro, depois do negativo que me fez chorar mais do que alguma vez tinha chorado, desisti. Desisti de pensar em mais tratamentos, de fazer esquemas mentais para conseguir fazê-los e conciliá-los com tudo na minha vida. Desisti enquanto chorava.
Passou um mês e o que era suposto chegar não chegou, mesmo assim, preferi não acreditar, optei por não fazer testes e deixar o tempo passar e repor a normalidade no meu organismo.
O tempo passou, um dia, dois, três, até que ao quinto, e às escondidas do meu rapaz, agarrei naquele último teste que ainda tinha na gaveta e, a tremelicar, fui ver o que me reservava.
Sim, às oito ou nove da noite daquele domingo, já nem me lembro bem, pude ver o resultado pelo qual tanto esperava.
Pelas contas do médico já contamos 12 semanas de vida em comum, a maioria das quais de felicidade, mas sobretudo de muito medo. Um dia de cada vez porque, quem chegou até aqui como eu, jamais esquecerá os três anos que ficaram para trás.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O ano já começou, não foi?

Pois.
E por aqui começou de forma muito pacata. À meia-noite, em ajuntamento quase e só familiar, arrastamo-nos da mesa de jantar aos sofás para ver como paravam as modas e foi com alguma incredulidade que assistimos à contagem decrescente patrocinada pela marca de cervejas. "Não pode ser. Já? Não pode ser!" E foi assim, com todo este espanto, que entrámos em 2010. Por isso, e como não há marcas de bebidas, de comidas ou de seja o que for que nos imponham o novo ano, optámos de imediato por fazer a nossa contagem e brindarmos aos 365 dias que se seguiam.
Sem grandes histerias, nem comemorações, virámos a página suavemente. Sobretudo depois de todas as emoções vividas em 2009.
No ano ímpar ficou muito de mau, mas também muito, muito, muito de bom. Felizmente, os lucros superaram os prejuízos.
A terminar, e como mandam os ditos populares que se inscrevem em pratos de barro, o que me desejarem, desejo a todas vocês (Susana, Raquel, Mir, Drikas, Raio de Sol, Angel, Dalila, J., ...) em dobro! Já viram o ano supimpa que vão ter?