Encontramo-la. Finalmente.
Digo-o assim, a seco, porque estava ansiosa para vir aqui anunciá-lo.
Estou de bebé.
Tal como a Drikas, foi preciso cair para parar e relaxar e, tal como a Raio de Sol, foi preciso desistir do sonho para que fosse ele a vir ao meu encontro.
Depois do tratamento de Setembro, depois do negativo que me fez chorar mais do que alguma vez tinha chorado, desisti. Desisti de pensar em mais tratamentos, de fazer esquemas mentais para conseguir fazê-los e conciliá-los com tudo na minha vida. Desisti enquanto chorava.
Passou um mês e o que era suposto chegar não chegou, mesmo assim, preferi não acreditar, optei por não fazer testes e deixar o tempo passar e repor a normalidade no meu organismo.
O tempo passou, um dia, dois, três, até que ao quinto, e às escondidas do meu rapaz, agarrei naquele último teste que ainda tinha na gaveta e, a tremelicar, fui ver o que me reservava.
Sim, às oito ou nove da noite daquele domingo, já nem me lembro bem, pude ver o resultado pelo qual tanto esperava.
Pelas contas do médico já contamos 12 semanas de vida em comum, a maioria das quais de felicidade, mas sobretudo de muito medo. Um dia de cada vez porque, quem chegou até aqui como eu, jamais esquecerá os três anos que ficaram para trás.