Por causa da mais recente das suas belas descrições, e que bem que ela as faz (avalio-as meramente por defeito profissional), lembrei-me do meu ano de tentativas para fazer vir ao mundo uma criança.
Lembrei-me de todas as vezes em que fui egoísta e caprichosa por tentar atingir, a toda a força, o meu objectivo. E, pior do que tudo, vê-lo assim, como um objectivo.
Lembrei-me que abandonei a pílula em Janeiro, sem recomendação médica.
Lembrei-me que só visitei o ginecologista em Março e só nessa altura fiz as análises obrigatórias.
Lembrei-me que as análises deram um resultado anormalmente elevado na velocidade de sedimentação.
Lembrei-me que continuei a tomar a medicação da asma e da rinite, mesmo depois do repetido desaconselhamento médico.
Lembrei-me que em Maio, uma ecografia de rotina foi ao encontro de um pólipo na vesícula, supostamente de colesterol e que aparentemente desapareceria com o tempo.
Lembrei-me que me recomendaram que um ano depois o vigiasse. Está na altura.
Lembrei-me que em Junho foi-me detectada uma infecção urinária e mesmo assim continuei a tentar.
Lembrei-me que em Julho a infecção urinária era, afinal, um HPV (vírus do papiloma humano que pode degenerar em cancro do cólo do útero, o mesmo que há 20 anos matou a minha querida Vóvó)
Lembrei-me que a médica me sugeriu que não tentasse engravidar até ao final do tratamento, em Setembro. E continuei a não proteger-me.
Feitas as contas de forma nua e crua ao ano que passou, sinto-me como um carro com cem mil quilómetros, a dar problemas. Uns atrás dos outros.
Lembrei-me agora de tudo isso e senti-me egoísta, caprichosa e, acima de tudo, parece que percebi a mensagem.
É a cria que espera por mim. Não eu por ela.
A cria aguarda que lhe construa o melhor ninho, dentro de mim, para a poder receber.
Penulis Artikel Terpercaya Di Indonesia
Há 9 anos
1 comentário:
:)
(se a avaliação é por defeito profissional, mais babada fico!)
As mulheres são mesmo tramadas quando metem uma na cabeça!! Saiam da frente...
E tramadas com tempero de inconsciência, temos de admitir.
Mas passamos tanto tempo a contrariar a natureza que não é fácil reconhecer que a natureza também tenha o direito de nos contrariar.
E o meu ninho assim até era mais fofinho... ;)
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