segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Conto.

Conto que ainda estou meia abananada com o que ouvi na longa e deliciosa conversa de sexta-feira.
Agora sabemos com certeza firmada que temos um problema e que a medicação que fizemos durante quatro meses – o Dufine e o Duphaston – não passou de um “andar a brincar”. Bastou mostrar o resultado do espermograma para ser informada que o mal residia ali. Procriar naturalmente seria “uma lança em África”.
Com este cenário, foi-nos sugerido avançar para fertilização in vitro, com direito a injecções xpto para estimular a formação de poliovários. 35 por cento é a taxa de sucesso de um tratamento que custa perto de 3.500 euros. Isto além dos cerca de mil euros para as injecções que eu própria tenho que ministrar. Eu!!! Que adoro agulhas!!! Fiquei, porém, com a certeza de que são quase indolores e mais simples do que as canetas dos diabéticos.
Mais.
Sei lá. Foram tantas respostas para tantas perguntas. Um turbilhão de impaciências e agora de emoções.
Para amanhã ficou agendada a primeira consulta ginecológica assumidamente de infertilidade. Para amanhã, mais perguntas e respostas. Mais percentagens, números e informações de procedimentos médicos.
Posto isto, estou com medo, assumo. Não o medo da dor ou dos tratamentos, mas do sofrimento. Medo de não ter capacidade para enfrentar uma derrota.
Quero acreditar que não vai ser assim, que tenho forças mais do que suficientes, e que se calhar nem delas vou precisar por não tardar em ser bem sucedida, mas e se não for?
“Neste momento é muito importante apoiar-se no seu marido e ele em si”, aconselhou-me o especialista. Sinto que o fazemos desde que nos conhecemos, desde que nos tornámos as testemunhas da vida um do outro, desde que decidimos ser pais.
Foi isso que ele, o meu marido, me demonstrou hoje quando, do nada, me perguntou: “Já viste que vamos ser pais?”. Era dessa força, dessa certeza que precisava, meu amor. Era precisamente isso.
Nós vamos ser pais. Não pelos métodos convencionais, como todos desejam, mas com a ajuda da ciência. Seja como for, de que maneira for, geraremos uma vida.
É nisso que tenho que pensar e acreditar.
É isso que vai acontecer.

6 comentários:

Drikas disse...

Ufff!!! Tens que ser positiva, acreditar que agora que já tens o diagnóstico e o problema foi identificado, torna-se mais fácil o tratamento. TENS QUE SER MTO FORTE (mas tens as amiguinhas bloguistas que estão por cá para te apoiar em tudo) Bjokinhas grandes

Drikas disse...

ahhh e mesmo dificil, nada indica que não caiam lanças em Africa, de vez enquando ;) Força miga

Raquel disse...

É isso mesmo.
Partir para esta caminhada com espírito vencedor!!!
Fico a torcer para que todo o sofrimento e dinheiro gasto dê frutos.
Um beijinho grande!

Ana disse...

deixaram, portanto, de "andar a brincar" e isso é que importa.
agora é a sério! Força!!

Beijocas!!

Susana Rodrigues disse...

Ora...nem mais: vão ser pais.

Pelo menos agora deixas de andar a brincar e passas a agir com certezas do que se passa convosco.

Estamos aqui para ti querida. Um beijo bem grande
su

ps- olha que as FIV às vezes trazem mais que um...lol

Drikas disse...

Miga, como gosto de andar informada e ando sempre a pesquisar, já a algum tempo encontrei o site de uma clínica que acho muito útil, porque as descrições dos tratamentos são totalmente elucidativas para o comum mortal, e mesmo que não encontres respostas no site é só enviares um e-mail e respondem-te imediatamente às tuas duvidas.

Dá uma espreitadela (se calhar já conheces) www.ferticentro.pt