Enquanto se aguarda pela cria, há que namorar, trabalhar, cozinhar, jantar com os amigos, enfim, Viver. E da melhor maneira possível.
Como ainda não vos disse, aproveito para contar agora que cozinhar é um dos meus passatempos favoritos. Doces ou salgados. Mas sou daquelas que acham que na cozinha só se inventa quando já se sabe muito. Por isso fico furiosa quando oiço aquelas meninas que não percebem pevas de culinária dizerem que na cozinha não fazem este ou aquele prato especial, que o que gostam mesmo é de inventar. Como se a alquimia gastronómica fosse uma mera lotaria. Não seria muito melhor e honesto admitir simplesmente que não sabem? Enfim...
Leio muito sobre o assunto, sigo sempre à risca os conselhos de conhecedores e tenho-me dado bem. Por isso, como estou quase a entrar no "ensino universitário" da arte, atrevi-me a criar. Não a inventar, nada disso. E é grande a diferença entre inventar (juntar uma amálgama de ingredientes e esperar que a sorte os proteja no resultado) e criar (conhecer o resultado da junção de determinados ingredientes e melhorá-la).
O meu querido delicia-se quando lhe faço o Bife Wellington ou Bife Folhado composto por um belo e alto naco de carne e massa folhada. No entanto, a carne que se escondia ontem no congelador não era alta, mas sim, uns bifes baixinhos que tinham sobrado das francesinhas de sexta-feira. Pois bem, depois de salgados e apimentados, sobre eles repousaram fatias de fiambre e de queijo. Foram enrolados e presos por um palito.
Numa frigideira quente, formaram rapidamente a carapaça dourada e soltaram o sangue. A cozedura tinha-os casado e dispensava o palito que se retirou.
O forno estava aquecido (180º) e pronto para receber o preparado. Na forma com cama de papel vegetal os rolinhos deixaram-se embrulhar numa capa de massa folhada pincelada com gema de ovo.
Dez minutos bastaram.
Ele deliciou-se e eu também a vê-lo comer com tanto gosto.
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Há 9 anos
2 comentários:
Sim, eu sei que a inveja é um sentimento muito feio e ao alcance das piores almas. Pois é: mas podem roer-se de inveja, porque estava um verdadeiro manjar. E não sendo eu um deus, senti-me ao lado deles.
Obrigado, minha querida.
Joca
Eu sou um perfeito desastre culinário, principalmente porque não tenho paciencia nenhuma para estar a olhar para o tacho à espera que a magia se dê.
(engraçado! comparo agora este facto com o que tenho vivido/escrito nos últimos dias e lembro que quem me conhece me acha tão paciente...devo ser é boa actriz; adiante)
Só gosto de fazer doces porque se pode comer em todos os momentos...
Mas tenho a sorte de ter um maridinho gourmet...E O AZAR DE ENGORDAR DESALMADAMENTE!!!
Bife folhado?!
Ainda bem que nem o vi... ;)
bjs
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