quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Arrepiada

Por causa deste post do Nuno Markl.


E assim chegou o momento mais importante de toda a minha vida.
De repente, é relativo. Os meus orgulhos exacerbados por algumas coisas que escrevi, a ânsia com que falo de cada novo projecto em que me meto, os imbecis que aqui me vêm insultar porque não têm nada mais que fazer; de repente, tudo fica do tamanho de - vamos lá - um pistachio, quando acontece uma coisa destas. Não, um pistachio não. Um pinhão. Meia casca de pinhão. Sem o pinhão dentro. Pronto: um ácaro.

Vou ser pai.

E sim, é por isso que me ando a desleixar aqui no estaminé. Há meses que ando com esta felicidade cá dentro que, finalmente, depois de uma ecografia incrível que fomos ontem fazer (e sim, foi por isso que não estive na FNAC do Almada Fórum na apresentação do DVD d' Os Contemporâneos), pode contaminar aqui o estabelecimento e o mundo em geral.

Eu e a Ana vamos ser pais de um rapaz (foi ontem que ficámos a saber o sexo da nossa little creature), um mini-Galvão-Markl que, com seis centímetros e trinta, é a obra maior das nossas vidas (no meu caso, destronando assim coisas como O Homem Que Mordeu o Cão, o Herman Enciclopédia ou Paraíso Filmes. Eh eh eh!). Dizer que estamos felizes é um understatement; eu nem sei que nome tem isto que eu tenho andado a sentir, enquanto partilho esta aventura com a mulher que amo incondicionalmente, enquanto vejo a barriga dela crescer, centímetro após centímetro, e os vestidos que ela usa no Jogo Duplo cada vez a conseguirem esconder menos as evidências - o que se tornou, entretanto, num passatempo divertido aqui por casa, ao serão, a cada transmissão do concurso. "Spot the belly" seria um bom nome para o jogo.

É uma grávida linda, deslumbrante, a minha namorada. (Cruzo os dedos - todos: das mãos, dos pés e talvez até os dedos dos meus vizinhos! - para que o moço saia a ela e espero que Deus Nosso Senhor, a existir, tenha piedade dele ao nível do nariz e não ponha o meu, preguiçosamente, na fotocopiadora.)

Ontem, mais uma vez, ouvimos o coração do petiz. É música para os nossos ouvidos. Estas novas máquinas de ecografia são verdadeiros milagres, o tipo de coisa que eu julgava que existiria apenas na ficção científica. Vimos-lhe os braços, as mãos, as pernas, os pés, os dedos, a coluna, o cérebro; vimo-lo em três dimensões, remexendo no cordão umbilical. Tem doze saudáveis semanas.

É o meu filho.


Há uns tempos, ainda nada disto tinha acontecido, revistas mostraram-se interessadas em obter o exclusivo da notícia de uma eventual gravidez. Acontece que, com todo o respeito pelos jornalistas e pelo seu trabalho, acho que roça o obsceno oferecer um exclusivo disto a quem quer que seja que não tenha contribuído para o fabrico desta little creature. Quem tem de ter um exclusivo da divulgação de uma notícia destas são os pais, caramba. Mais ninguém. E é por isso que, antes de dizer o que quer que seja a quem quer que seja dessa tão máquina tão pouco romântica que são os media, achei por bem deixar a novidade primeiro aqui no bom velho estaminé. Pedindo-vos compreensão para a eventualidade dos posts passarem a ser menos frequentes - a minha mente tem de estar liberta para tudo o que esta épica aventura implica. Quero estar em todas as ecografias, quero estar perto da minha namorada para o que der e vier, quero preparar-me para todas as fases desta experiência impressionante. E quero continuar a trabalhar, não só porque estou feliz com o impacto d' Os Contemporâneos, o lançamento do DVD, o anúncio da terceira série, mas porque, de repente, com uma reviravolta destas na vida, um tipo fica com a incrível sensação de que boa parte daquilo que fizer a partir de agora é para o bem daquele mini-me.

Que Natal este. É para alturas destas que se inventou a expressão "festas felizes". Resulta melhor do que estampada nas montras das pastelarias, digo eu.


Lindo.

6 comentários:

Drikas disse...

Tb quero muito sentir a felicidade que o Nuno descreve... Miguinha vamos preparar-nos para a luta e enfrentar 2009 com muita força, porque só podemos parar qdo tivermos uma barriga do tamanho do Mundo ;) Bjokinhas e Obrigada por partilhares o texto que me encheu de esperança logo pela manhã

Raio de Sol disse...

:) sem palavras...

beijo

Raquel disse...

Mesmo à Markl.
Afinal os famosos tb se deixam assombrar por tal experiência.
:)
Lindo

Angel disse...

Maravilhoso...
Bj

Maruja disse...

As palavras dele são realmente arrepiantes. Sente-se efectivamente que esse filho é muito muito desejado e isso é o mais importante de tudo. A maior dádiva é deixarmos de viver em função de nós próprios e dedicarmos o nosso tempo, a nossa atenção, os nossos esforços, no fundo a nossa vida aos filhos.

PM disse...

Já tinha lido e também me arrepiei... são palavras lindas...
Um dia também o vamos sentir!!!
Beijocas ENORMES