Olhando friamente para as estatísticas dos tratamentos de fertilidade, ficam desfeitas as dúvidas de que as hipóteses de insucesso são superiores às outras, às mais desejadas, as de sucesso.
Nas tentativas naturais de concepção também é assim, sei-o bem, mas os métodos são bem mais agradáveis e, convenhamos, graciosos.
Tudo isto porquê? Porque, ao contrário do que imaginava, a porcaria do tratamento foi uma vez mais em vão. Mais um negativo(1,5). Assim, para início de conversa, como eu o senti. Rude, duro, doloroso. Continua a ser.
Nos segundos que se seguiram à má notícia passou-me tudo pela cabeça, em flashes: O regresso das férias, o recomeço receoso do tratamento, a compra dos medicamentos, as injecções auto-ministradas, as pisaduras na barriga, os mil e um comprimidos, as ecografias, o tamanho do endométrio, os ovários em descanso, o medo de não conseguir conciliar férias com o dia da transferência, a queda, a rotura de ligamentos, o descanso, a transferência, o descanso, as mil e uma pastilhas, as injecções, a certeza do sucesso. Até hoje, às 14h58. Duas singelas palavras - "Más notícias"- bastaram-me para me deixar embrenhar num choro desajeitado. Lágrimas que voltam de vez em quando, sem que lhes peça e sem que as consiga parar.
Amanhã será um novo dia.
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Há 9 anos