terça-feira, 4 de março de 2008

Caminhar para trás no peso

Chegada a casa de mais um longo dia de trabalho que começa sempre às 6h00 e só termina doze horas depois, na melhor das hipóteses, pousei as tralhas numa das cadeiras da sala, lavei as mãos, num esgar mirei-me ao espelho e reparei que já tinha ali uns pelitos por cima do lábio a pedirem para sair. Em vez disso, rumei à cozinha e, com a porta do frigorífico aberta, retirei os legumes de que necessitava para fazer a sopa do dia. Depois de descascados e partidos os ditos e mergulhados numa pequena piscina de inox que, em breve, se iria transformar num jacuzzi, olhei para o relógio e constatei que ainda faltavam dez minutos para as sete.Dava tempo de ir lá abaixo à marginal, espreitar o mar, a anémona, voltar e, quem sabe, assim iniciar um etapa de caminhadas. Foi o que fiz. Reduzi o lume do fogão para o mínimo, passei o porta-moedas, os lenços de papel, a bomba da asma e o telemóvel para a carteira a tira-colo, voltei a vestir o casaco, não troquei de sapatilhas porque aquelas eram confortáveis e fiz-me à marcha.
Em oito minutos e sempre em passo rápido, ultrapassei asfalto, paralelo, gentes, semáforos, buzinadelas e cheguei ao longo passeio do Siza Vieira a que muitos já chamam de «calçadão».
Percorri-o de uma ponta a outra, sempre lesta, observando quem por mim passava, em caminhada como eu, em corrida ou nos passos pesados daqueles que já davam sinais de cansaço.
Acompanhando o tempo da actividade pelo relógio do telemóvel, obriguei-me a estar em casa ao fim de meia hora porque, diz quem sabe, esse é o tempo ideal para os que querem ver números mais simpáticos na balança. Não preciso que a justiceira seja muito condescendente comigo, basta que me devolva os clássicos 57 que tinha quando casei. Diziam que nessa altura estava muito magra, talvez, mas, apesar dos narizes torcidos dos outros, sentia-me bem do alto do meu metro e setenta e quatro. Agora ando nos 60, e aos fins-de-semana sou catapultada para os 62, mas vou tentar andar para trás no peso, nem que seja até aos 59. Só para me mostrar que ainda sou capaz de fazer alguma coisa por mim abaixo. Mas, agora que penso nisso, as caminhadas por si só não são suficientes. Para os resultados serem visíveis, vou ter de aprender a fechar a boca. A minha mãe que me oiça!

2 comentários:

Ana disse...

Ah se eu tivesse 1m74 e 60Kg!!! (só tenho menos 10cm e mais 10kg, mas que é isso...)

Grrrrrrr!

Mar disse...

caladinha...