segunda-feira, 17 de março de 2008

O futuro no passado

Lembro-me daquele dia, há muitos anos, uns dez, talvez, quando acompanhei uma amiga à "consulta" na senhora que punha e lia cartas. Essa minha amiga – das grandes, por sinal – estava obviamente fragilizada por um casamento fracassado e ia ali em busca de respostas sobre o futuro e indicações de caminhos a tomar.
Lembro-me que também eu, nessa mesma altura, não me encontrava na melhor das formas mentais devido a uma relação atribulada que, mais do que em nada, deu em muitas lágrimas e profundos momentos de tristeza. Acho agora que a obsessão é aquilo. Felizmente, foi como veio. Num estalar de dedos.
Mas, como estava dizendo, lembro-me que lá fomos as duas àquele "consultório" manhoso na Baixa da cidade para recebermos da voz alta de uma terceira as respostas que achávamos necessitar para apaziguar a alma.
Lembro-me de todas as interpretações dadas a cada uma das cartas que fomos escolhendo. Aleatoriamente, talvez.
Lembro-me da estranheza e do cepticismo com que as escutava.
Porém, nos dias que correm, lembro-me mais vezes de me ter sido pressagiado que seria mãe de dois filhos. Um perderia, facto já consumado, e o outro iria chegar, mas não sem antes dar muito trabalho.

Só isso.

2 comentários:

Ana disse...

"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay..." :/

Mar disse...

Também acho, mas deixei-me disso!