sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sinais

Por mais optimista que seja e esteja, já não dá para acreditar que o ovinho continue em mim. É que os sinais da visita mensal teimam em surgir, apesar de o Utrogestan tentar branqueá-los. Estão cá.
Foi bom ter o ovinho dentro de mim, gostaria que tivesse ficado, mas, enfim, ainda não foi esse o caso. Continuo a acreditar que em breve vamos ter outro que definitivamente nos queira. Assim espero.

Segunda-feira, às 9h00, lá estarei a fazer o teste.

Bom fim-de-semana.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sonho

Foi mais do que bom o meu sonho de hoje. Foi delicioso. Nele, consegui viver a boa sensação de um teste positivo e que deu ainda para saber que se tratava de uma menina quem estava a caminho. A tal da Carolina ou da Catarina que desejamos. Acordei, sorri e soltei as amarras do sonho, dado que a concretização não deve ser confirmada na segunda-feira.
Sinto os dias difíceis a chegar, paulatinamente. Aquele sangue que me parecia ser da feridita provocada pelo fungo que veio meter-se comigo, é no fim de contas o sangue que me antecipa o negativo. Chega aos poucos, como que a preparar-me para o mais que provável tratamento mal sucedido. Foi apenas o primeiro. Depois do beta de segunda-feira, vou tratar de atalhar caminho para iniciarmos uma nova caminhada. Não foi à primeira, há-de ser à segunda ou à terceira. Haja esperança e trabalho para pagar a ciência!
Quanto à bactéria, está a ser combatida a toda a força com o Canastene Ginecológico. Resulta.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De volta

E com umas moléstias...
Há coisa de um ou dois dias ando com um prurido e uma sensibilidade anormal nas partes baixas que me provoca dor em actos tão simples como o do sentar. Não sei se terá algo a ver com a toma (via vaginal) do Utrogestan, mas por via das dúvidas já liguei para o consultório para dar conta do meu mal-estar. O médico ainda não tinha chegado, mas a assistente já foi avisando que podia ser uma candidiase. Era só o que me faltava! Sobretudo a cinco dias do teste.
Pelo que andei a ver na net, o prognóstico não deve andar muito longe da verdade. Ai não, não.

As mulheres com candidíase genital costumam ter prurido ou irritação na vagina e na vulva e, ocasionalmente, uma secreção vaginal. A irritação é habitualmente incómoda, mas a secreção é ligeira. A vulva pode ficar vermelha e inflamar-se. A pele pode ficar em carne viva e, em certos casos, gretar

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Manda a tradição

Que passe por aqui para desejar um bom fim-de-semana!!!
Especialmente à Susana que deve receber a encomenda nestes dias em que vou estar um bocadinho no meu Paraíso!

Beijinhos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Para não fugir à rotina

Não por sugestão do médico, mas também incentivada por ele, não parei de trabalhar. Mantive o meu dia-a-dia laboral, das 6h00 às 18h00 ou 19h00 e acho que fiz bem. Acho. Também por isso venho aqui deixar este desabafo para saber a vossa opinião, até porque algumas das visitantes da tabanca são mais do que versadas no assunto. A Dalila, então... ui! Já é doutorada no tema!!! :) (Obrigada, minha querida)
Tenho tentado fazer tudo o que fazia antes, mas a um ritmo mais lento, se bem que nem sempre o consiga. A ajudar à festa ainda estou a debater-me internamente com uma constipação que decidiu visitar-me na sexta-feira e que de mim ainda não arredou pé. Tosse, espirros e uma horrenda falta de olfacto e paladar são uma constante em dias como este. O pacote de não sei quantos lenços de papel também já era! E o nariz só está a aguentar-se porque anda protegido por um tal de Letibalm que mais não é do que uma simples vaselina, um nadinha mais cara.
Tirando isso, sinto uma ligeira pontadita num ovário ou noutro, mas segundo me disseram, é a normal resposta à estimulação feita no tratamento. Preferia que fosse um sinal do meu ovinho...
Ainda não!

Bola prá frente

Já mandei embora aquela nuvem chuvosa que tinha por cima da cabeça!
Eu e o meu ovinho andamos bem. É verdade! É isso mesmo! Eu e o meu ovinho!!!
Não me pousaram uma sementinha na barriga na segunda-feira? Pousaram, não pousaram? Então não posso fazer de conta que ela não está cá. Está e eu quero que continue. No dia 2 de Março saberei se ganhou raízes, mas para já vou acreditar que sim.
Até porque ontem o biólogo aumentou a hipótese de o meu ovinho ser bem sucedido, estando agora no bonito patamar dos 30 por cento!

P.S. Obrigada à Babisonho, à Bolinha de Sabão e à Cusca por se terem dado a conhecer! Voltem sempre. Ah! E Babisonho, manda-me por favor a chave para entrar na tua casa para encomenda.extraviada@gmail.com. Beijinhos a todas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A transferência

O embrião já está em mim, desde as 13h00 de ontem. O biólogo explicou-me que não se trata de um ovinho topo de qualidade, mas que "é bonitinho", a assistente chamou-lhe um embrião com classificação "B", que "é bom", e o ginecologista falava em "20 por cento de hipóteses", preferindo conversar comigo sobre o próximo tratamento e necessidade de o meu marido fazer colheitas quinzenalmente para que quando se apanhar um foco de espermatozóides móveis e trabalhadores se congelem os ditos e eu inicie novamente as picas.
Face a tudo isto, não há grande optimismo, nem foi com o melhor dos alentos que recebi este bocadinho de vida que gostava de ser capaz de gerar.
O teste de gravidez ficou agendado para o dia 2 de Março, entre as 9h00 e as 10h00. Apetecia-me dormir até lá.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A sexta-feira, 13

Foi preciso respirar bem fundo para chegar aqui e escrever este texto. Não é fácil recordar o chapadão que recebemos no dia ensolarado em que nós e os médicos achámos que tudo ia correr bem.
Na sexta-feira, 13, logo às 7h30, chegámos felizes e contentes à clínica onde já éramos esperados pelos simpáticos e sorridentes médico, biólogo e enfermeira. Um deles avisou-me que iam pôr-me a dormir por três minutos para proceder à punção, mas que depois já estaria desperta e pronta para trabalhar, se assim o entendesse.
Ainda brinquei dizendo que, àquela hora, era um desperdício gastar uma anestesia em mim apenas para me pôr a dormir. Que bastava que me deixassem encostar um bocadinho e veriam como eu cairia no mais profundo dos sonos.
Lá veio a agulha, seguida do anestesista que me fez umas perguntas da praxe – sobre a minha asma e coisas do género – e logo depois o prometido sono.
O acordar foi suave e cheio de sorrisos. Sete ovócitos já estavam do lado de fora! “Sete?”, perguntei. “Isso é bom, não é?” É, confirmaram os doutores.
Enquanto isso, enquanto durava esse doce recobro, o meu marido seguiu com o frasquinho do costume para a colheita. Pouco depois estava de volta e trazia mais um sorriso. Colocou-o nas mãos do biólogo que rumou imediatamente ao laboratório para analisar a amostra recolhida.
Foi aí que vieram as más notícias.
Era necessário fazer uma nova colheita porque naquela não tinham sido detectados espermatozóides vivos e, segundo o especialista, às vezes acontece que as segundas colheitas são melhores do que as primeiras. E agora desculpem-me por abreviar a descrição do que se seguiu, mas não me apetece muito recordar aqueles momentos. A segunda colheita também foi insuficiente e obrigou a uma terceira, equacionando-se já a possibilidade de uma biopsia testicular. “É a primeira vez que isto me acontece”, confessava-nos o biólogo. “Nunca imaginei que depois do espermograma de há quatro meses os valores voltassem a descer para estes níveis. Se eu tivesse adivinhado, tinha congelado os espermatozóides!”, prosseguia desalentado. "É sexta-feira, 13..."
Era meio-dia e ainda estávamos no centro, mas agora, sem sorrisos, nem grandes esperanças até porque já se falava em fim de ciclo e em esperma de dadores, por mim recusado à partida. Quero ter um filho com este homem, não com outro. Não faz sentido.
À noite soubemos que dos sete ovócitos, apenas um não tinha sido utilizado, já que, do mal o menos, conseguiu-se pescar seis espermatozóides e microinjectá-los.
No dia seguinte, no sábado, um estava fecundado e havia a possibilidade de um segundo.
Ao final do dia de domingo veio a certeza da existência de um embrião. É esse que hoje vou receber. Um guerreiro como nós que espero conseguir transportar nos nove meses que começam hoje.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Em vésperas de S. Valentim

Um conto cheio de corações!!!
Era uma vez, há muitos, muitos anos, na remota era do messenger, uma menina e um menino que foram atingidos pela flecha do cupido.
Ao fim de três anos de amizade, descobriram que aquele carinho de sempre era, afinal, algo mais...
Ai, ai.

Ele diz:
o que achas que pode acontecer-nos?
Ela diz:
aquilo que mais tememos
Ela diz:
arruinarmos o nosso presente
Ele diz:
concretiza
Ela diz:
estou a ouvir passarinhos e lá fora está a chover!!! Tenho medo de me apaixonar
Ele diz:
eu também.

E viveram felizes para sempre!

Ainda nem estou em mim

A punção é já amanhã e a transferência de embriões logo na segunda-feira!
Já?!?
Ontem, às 20h00, fui ao centro de saúde para me darem a injecção intramuscular de Pregnyl.
No princípio, o cenário estava negro, com a recepcionista a dizer que aquele acto clínico exigia a apresentação de um requerimento. O tal "papel? que papel? papel? que papel?".
A coisa acabou por correr bem, graças à premência de tomar a pica às 20h30 e a uma enfermeira novinha e cuidadosa que me deu a injecção mais indolor do mundo!
Hoje acordei muitíssimo enjoada e cheia de dores de cabeça (na bula do Pregnyl diz que são sintomas que podem ocorrer), mas um copo de água com açúcar e dois trifenes de rajada salvaram a situação.
Agora é esperar pelos grandes dias!
Estou feliz. Estamos felizes.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vamos a isso!

Vamos por partes:
1. As picas (voltando a elas!)
Se bem aplicadas, como no meu caso, são praticamente indolores, mesmo quando passam a duas injecções por dia. Ah! E não fiquei com as nódoas negras que habitualmente se lê por aí. Notei apenas dois sintomas:
a) Imediatamente depois da pica fica-se com uma comichão que dura alguns minutos;
b) A barriguita incha.
O doutor Bigodes confirmou-o hoje dizendo que é "normal" e que se ganha um "tamborzinho" no lugar da barriga. É isso mesmo. Incha ao ponto de me tirar a vontade de experimentar umas calças bem giras e baratas! (Mas também para quê?) Iniciamente, pensei que fossem consequências da já costumeira prisão de ventre, mas não. Ou melhor, são mais do que isso!
2. Ecografia
Na semana passada, o médico já tinha detectado cinco ovócitos de cada lado, embora que muito pequenos. Hoje, no lado direito tinha seis, com uma média de 15 mms, e no lado esquerdo a produção era maior, havendo mesmo um queridinho com 18 mms. "Bela colheita", chamou-lhe o ginecologista.
3. Punção
"Já?", perguntou-me a simpática assistente quando a informei da marcação. É verdade. Está agendada para sexta-feira, às 7h30. (Nada de especial para quem se levanta todos os dias às 5h15). Assim sendo, as picas de Gonal e de Suprafact terminam hoje. Amanhã, tenho de tomar uma injecção intramuscular de Pregnyl 5000 e esperar pela sexta-feira 13!
Antes, enquanto o médico preenchia os procedimentos no computador para enviar para o laboratório, dizia-me em voz alta: "Punção, dia tal, às tantas horas" e na parte da "transferência de embriões", olhou para mim, sorriu e com um maroto piscar de olho perguntou: "Três?"
A minha anuência fez-se com o tradicional "Vamos a isso!", o mesmo "vamos a isso!" que me levou às picas, o mesmo "vamos a isso!" que me levou àquele consultório, o mesmo "vamos a isso!" que me vai levar ao meu filho. Ou filhos...
Três. Embriões, para já!!!

A minha alegre casinha

É assim, segundo a Drikas:


Obrigada, minha querida. "Maneiríssima" és tu! Tu, a Ana, a Raquel, a Susana, a Raio de Sol, a Angel, a Maruja, a Dalila...
Deste púlpito vos digo que, muito mais do que este troféu, vocês são merecedoras dos prémios de melhor ombro, melhor ouvido e melhor colo. A prová-lo estão todos os comentários que amorosamente deixam e que, acreditem, são um dos principais motores deste blog. Obrigada por todo o carinho que têm dado e que continuam a dar, mesmo sem me conhecerem de lado algum, mesmo sem saberem de que farinha sou feita, com todos os meus defeitos e virtudes e sobretudo com todos os nossos problemas. Obrigada.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Está feito

Lá voltei ao consultório para o doutor bigodes, como o próprio se intitula, avaliar os progressos. Foi tudo muito rápido. Nuns bons dez minutos, se tanto, estava despachada.
Antes, contudo, lá se encaminhou a rapariga para o castigo que é o mesmo que dizer: a humilhante marquesa. Mais humilhante ainda por andar a esquivar-se à grande e à francesa a depilações às virilhas! É que, continuando nesta toada dos "bigodes", aquilo que em tempos poderia ter sido definido como um bigodezito hitleriano está transformado num mimoso bigode marialva!!! Adiante...
A marquesa chamou por mim. Ela e a maquineta das ecografias que exibiu uma profícua produção: "Cinco de um lado, cinco do outro". Parece que é bom! Pelo menos, o médico ficou sorridente e, em reacção, nós também! E muito.
Na terça-feira voltamos ao centro, mas já com uma "pista de aterragem" digna de se apresentar!
Entretanto, mais 250 euros na farmácia para prosseguir as picas de Gonal.
"Bons chutos", desejou-nos o sorridente dr. Bigodes à saída do consultório.
Serão.

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Parabéns


Farias hoje 32 anos. Já partiste há 16.
Foste fugaz na tua passagem pela vida e, por consequência na minha, mas, mesmo assim, nunca mais te deixei partir! Talvez por me teres aparecido na intensa adolescência em que tudo é definitivo e apaixonado.
Antes da partida levaste-me à escola para que eu pudesse tratar da papelada para a universidade e prometeste-me que também tu ias entrar na faculdade. Escreveste a promessa naquele impresso do totoloto e eu ameacei-te que o guardaria para te pedir contas. Ainda hoje o guardo, como um amuleto, já não na carteira com fecho de velcro, mas no porta-moedas clássico que a idade me atribuiu.
É a prova física da tua passagem pela minha vida, a prova mais palpável, a tua palavra de honra. As outras ficam retidas na lembrança. Memórias fechadas a sete chaves no baú das recordações onde repousam os tesouros de toda uma existência. É lá que encontro o mapa que ainda hoje me indica o caminho para os teus olhos verdes.
Saudade.

(Está cumprida a promessa de que um dia vos falaria no Vasco)

E porque este é também o dia dela: Parabéns, Drikas! Obrigada por teres aparecido. Fica.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Será que?

Encontro aquele pote de ouro por que tanto procuro neste arco-íris que agora pousou na minha janela?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mais cedo do que esperava

Pela primeira vez, em dois anos e um mês, é com grande alegria que recebo o primeiro dia do novo ciclo.
Pela primeira vez, em dois anos e um mês, fico esfuziante com os sintomas que o prenunciam.
Pela primeira vez, em dois anos e um mês, a felicidade invade-me no momento em que chega.
Pela primeira vez, em dois anos e um mês, não vejo estes dias como difíceis, mas, verdadeiramente, como o início do ciclo da esperança.
Pela primeira vez, em toda a minha vida, sorrio no momento em que recebo uma injecção.
Pela primeira vez, em toda a minha vida, vou ficar com os olhos a brilhar quando, amanhã, a injecção diária passar a ser seguida por outra.
O desejado regresso ao consultório acontece já na sexta-feira, às 13h00. Creio que o médico vai avaliar o estado desta futura mamã.
A vida chama por mim.
Estou feliz.